Alfredo D’Andrade

Alfredo_d'AndradeAlfredo d’Andrade
(Lisboa 1839 – Génova 1915)

Nasce em Lisboa e embarca para Itália aos catorze anos para se aperfeiçoar nos estudos comerciais e para nunca mais voltar, definitivamente. Arquitecto e pintor, foi uma personagem central na vida cultural e artística italiana, tendo-se destacado, entre outros âmbitos, no cargo de Director do Ufficio Regionale per la Conservazione dei Monumenti del Piemonte e della Liguria (desde 1907, Soprintendenza)  e como  autor de inúmeras intervenções de restauro espalhados pelo norte de Itália. Foi ainda alvo de diversas homenagens e membro das mais prestigiadas Comissões naquele país, relacionadas com o ensino artístico, exposições, arquitectura e com a tutela e a conservação patrimonial. Apesar do seu progressivo afastamento de Portugal, mantém sempre uma relação continuada com a pátria, participando activamente, entre outros aspectos, em exposições de pintura, em projectos de arquitectura e urbanismo, bem como na salvaguarda do património artístico e monumental.

Entre as suas obras mais emblemáticas em Itália encontram-se o projecto e construção do Borgo Medievale del Valentino (projecto de uma aldeia e castelo medieval em Turim) construído para a Exposição Nacional de 1884, o projecto do Castello d’Albertis e o restauro da Porta Soprana em Génova, a Sacra di San Michele no Piemonte e a reconstrução de vários castelos no Piemonte e Valle d’Aosta, como o Castelo de Fénis, o Castelo di Pavone e o Castelo de Verrès. Em Portugal colabora em vários projectos de arquitectura e dedica-se à exploração de Font’Alva, casa “fortificada” por si desenhada como um testemunho autobiográfico voluntariamente deixado na pátria natal e que ainda pertence aos seus descendentes.

Foi também um pintor importante no movimento de renovação da pintura de paisagem em Itália, integrando activamente círculos artísticos como os Macchiaioli, a Scuola Grigia e a Scuola di Rivara e participando em importantes exposições, em Itália, Portugal, França e Espanha.

Em 1885 D’Andrade adquire e restaura a antiga estrutura fortificada do Castello di Pavone, que reconstrói com uma atenção filológica à sua história construtiva, decorando e organizando as várias salas com móveis feitos especificamente ao estilo da época e adoptando-o para sua residência e local de trabalho e estudo. É na Igreja de San Pietro, dentro das muralhas do Castello di Pavone, que jaz enterrado Alfredo d’Andrade e sua mulher Costanza Brocchi.

 

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